domingo, 6 de dezembro de 2015

Parlamentira

E vejo caos
E vejo maus
Vendendo-se bons
Pois tanto faz o lado
Desde eras priscas
As belas biscas
Figuras ariscas
Nada temem
e tudo fazem
E os que sobram
(Muitos, milhões)
Quando cobram
Pouco levam
Só se enervam
e se consomem
Assim vai o homem

sábado, 5 de dezembro de 2015

Tônus

Fiz do estoicismo
Forte ponte a ligar pontos
Atravessando o abismo
Suor na fronte, pés prontos
A suportar perene sismo

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Sem gaiola

Esses gênios e suas
tantas facetas
Luz pura, solidão escura
Mentes grandes
que não cabem nesse mundo
Mas encaixam no firmamento
Como a vela faz com o vento

sábado, 7 de novembro de 2015

Corrente

O que é a tua história
Se não uma infinita mandala
De estampa transitória

O que o coração te fala
Se a ti, aos teus só acrescenta
Respira fundo e mete bala

Trinta, quarenta, ou aos noventa
Importante é que o resultado
Traga algo que te contenta

Mais do que te foi esperado
Esteja certo: o que te faz inteiro
É ter orgulho do teu traçado

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Ovo de Colombo

No fundo, no fundo
A vida não é um jogo
Em vez de estratégia
e afã de xeque-mate
Não seria tão melhor
Tão mais fácil
(Oh, my!)
Se os lados da contenda
Tantos quantos fossem
Só confraternizassem?

terça-feira, 3 de novembro de 2015

À mão livre

Permita-se riscos e
rabiscos e
rascunhos
Nossas artes-finais
desconhecem
desprezam
dispensam gabaritos
Quanto mais o homem vive
Mais aprende
Apreende
Compreende
(ou não...)
Não há segredo
Há o (con)sagrado dom
de ser você

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Deita, dorme

Ah, meu amor
A vida é assim:
meio ardida
Não mexe na ferida
Deixa sarar
Deixa estar
Os ponteiros correm
As dores morrem
Os fantasmas somem
E você
sobrevive
Sempre livre

sábado, 17 de outubro de 2015

Orientação

Marcos plotados
Desenham trajetórias
em mapas lotados
De tantas histórias 
São rumos colocados
em cartas promissórias
De prumos deslocados

sábado, 10 de outubro de 2015

Palheta

Não me leve a mal
Admiro muito a natureza
Mas é na selva de pedra
Que me bate a certeza:
a vida é coisa frágil
Sobrevive de beleza
Logram bem todas as cores
Tirar do cinza sua realeza

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Sem parar

Mazela da mente fértil:
Quanto mais se aduba o terreno
Mais minhocas aparecem

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Rascunhos

Tanto tempo
Tento tanto
Até quedar tonto
Findo o pranto
Ainda não pronto
Então prendo
Lá dentro

terça-feira, 28 de julho de 2015

Sensato

Tenho sentido
O tanto que sinto
tem sentido

terça-feira, 21 de julho de 2015

Ponto e vírgula

Diluídos os verbos
Acabamos sujeitos
aos predicados

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ilimitados

Diverte
quando diverge
O mesmo
é marasmo
Por que iguais?
Tais quais, não mais!
Sejamos muitos
Todos únicos