sábado, 27 de dezembro de 2014

Réveillon

...de "réveiller": despertar
Alvorecer do calendário
Novo ano
e você mesmo
Em versão atualizada

domingo, 7 de dezembro de 2014

Arrepia

Epifania
Tão fugidia
Ave arredia
Que pouco pia
E muito expia

sábado, 22 de novembro de 2014

Naturalmente

Rasgue a bula
Pitada ou porrada
É tudo dose

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Veto

Mais me importa
Nunca dar abertura
A um nunca mais

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Emperrou

E te acossa
A sucessão de dias
A alma coça

sábado, 1 de novembro de 2014

Descortina

O que te faz?
O que te traz?
Qual é o preço
da tua paz?

O que te tem?
O que te vem?
Qual é o mundo
que te contém?

O que te chama?
O que te clama?
Qual é a estampa
da tua trama?

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Faz parte

Vida abelha
Reveza em dar-te mel
Ou ferroada

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

(P)Rumo

O canto monocórdico
dos pássaros forjados
Tece notas
nostálgicas
Álgidas
Das idas e vindas
Quem sabe vindouras

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Alvorada

Vê se entende:
nada há que remende
Vai, empreende

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Propriedade, própria idade

A perene vontade
Alimentada
por pungente saudade
Acossada
pela ausência que invade
Amparada
pela fé que persuade
Amainada
vai a alma em liberdade

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Floresça

Vem, primavera
Desvela as benesses
A quem espera

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Alimento

Devoro frases
Digiro tantas fases
Nutro catarses

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Perguntas e respostas

Morre a alma liberta
Arrastando o grilhão
da coisa dita certa

Mas que ainda sobrevive
No escuro, mente em repouso
A fé percorre um aclive

Que digam "Olhe ao lado"
Algo diz "Olhe para dentro...
Não se fie a um ditado"

domingo, 31 de agosto de 2014

De gota em gota

E vai cair chuva
Que lave
Que leve
O que leve
não é
Leve o peso
Lave o piso
Limpe o teto
Limpe o tato
Pois é fato
Caiu do céu
Seja grato

sábado, 16 de agosto de 2014

Remake

Já ensaiei tudo
que é escapatória
Acabei dando
a mão à palmatória

Palmas, palmas
O show já começou
Mas faz tanto tempo
O enredo já rançou

Rasguei o script e
improviso novos atos
Nasce nova obra-prima
camuflada entre os fatos

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Conforme

Fecho os olhos
Desvelo mundo belo
O onírico

Abro os olhos
Invento mundo bento
O idílico

Ardem os olhos
Engulo mundo chulo
O fatídico

Limpo os olhos
Aceito mundo feito
O verídico

sábado, 2 de agosto de 2014

Exílio

Tem gosto de fel
Fábula em mácula
Que corre do céu

domingo, 20 de julho de 2014

Soneto Amigo

São para os dias de risadas
Agregando muito ao momento
No horizonte, são alvoradas
Embelezando nosso firmamento

São para os dias doloridos
Rendendo luz ao caminho torto
A vida nos fez preteridos?
Com urgência, trazem conforto

Presença real ainda que à distância
São a família que o coração escolhe
Raízes várias, almas em ressonância

Bálsamo certo para tantas dores
Mitigando todo mal que nos tolhe
Do preto-e-branco fazem cores

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Surpresa

Encerro em mim
Os arrebatamentos
Da vida sem fim

terça-feira, 1 de julho de 2014

Coração de Papel

Eis a escrita:
Nos lemos, me amassas
e eu me rasgo

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Vem

Escuta esse trem:
Só, está tudo bem
Igual, com alguém
O que vale é o que se tem
Seja por um dia, dois ou cem
Solo é bom, dueto também
Te perguntas: "Quem?"
Neném...
Deixa de ser refém
Teu sorriso é de ninguém

domingo, 1 de junho de 2014

Sobre destinos e caminhos

Não sirvo
pois não sou roupa
Não me encaixo
pois não sou Lego
Não me enquadro
pois não sou pintura

Mas sou arte
Que parte
Que reparte
Que dá o start
Ao movimento
Meu estandarte

sexta-feira, 30 de maio de 2014

High Kais

Na alta noite
O passado visita
Vira açoite

terça-feira, 15 de abril de 2014

Pulsão

Discreta e distante
Até a soberana lua
Pode ser de sangue
Por que, então, eu
Um humano errante
Hei de viver gélido
Em humor estanque
Pois rechaço as normas
Do homem importante
Que nunca transborda
Sua travessa brilhante
De iguaria selecionada
Mas nada picante

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Leiaute

Somos infinitos, temos
cantos sem paredes e
porões sem chão e
sótãos sem teto

Somos universos
Multiversos
Colidindo e
fundindo

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

High Kais

Embaralhar-se
Espalhado, catar-se
Vá à catarse