quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Descarte

Ei, borboleta
Voa, faz-me um favor
Leva essa dor

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Qualquer jeito

Quem conta histórias
Se alimenta em si
Se alimenta em outros
Em todos
os mundos
Mundanos e maneiros
De todas as maneiras
Com olhar à esgueira
Aceitando tudo
Azeitando o todo
Para que caiba
Para que se saiba
que cá embaixo
Onde tudo acontece
Nada perece
No olhar do bardo
a vida floresce 

domingo, 3 de setembro de 2017

Pajelança

Culinária e vida
é degustação
Tentativa-e-erro
é experimentação
Vale o doce e o salgado
e o amargo e o azedo
Só não vale alma com fome
e nem com medo

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Sobre regressos e progressos

Fui fundo em mim
Voltei enfim
Não me perdi
Só me achei
E o que encontrei
Me fez rei
Me fez plebeu
Me fez tão eu

Fui fundo em mim
Voltei assim
Seguindo a trilha
de sonhos exatos
E abstratos
Fortes retratos
Daquele eu
que prescinde formatos 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Voilá!

Prescindo bilheteria
Sou palco e bastidores
Elenco e plateia
Tremo na coxia mas
renasço na ribalta
Corpo de peralta
Cabeça de eremita
e coração que grita
Mundo ruim aos sonhadores?
Pior ainda aos sem-cores

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Sim, a vida é

Frágil feito flor
Forte feito amor
Tem alegria e tem dor?
Então contempla toda cor
É bela, viva, esplendor
Enquanto é e quando se for
Eterna luz, perene ardor

sábado, 15 de outubro de 2016

Obrigado, mestre

Em mil pedaços
quebre a sua curiosidade
Pouco a pouco, você junta
Mais importante que a resposta
(lembre-se) é a pergunta

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Conceito

Se há algo que me define
É que nada me resume
Não estou aqui como síntese
Prefiro ser hipótese

sábado, 13 de agosto de 2016

Orgânico

E o que se fala
é que alivia
Quando se toca
é que inebria
E na calada
da noite fria
Me sei tão humano
que até arrepia

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Biscoito da sorte

Me parte ao meio
e me degusta
Que te retribuo com minha
mais bela mensagem