sábado, 30 de junho de 2012

Canto de sereia

Noite de sábado tem maresia
Algo no ar que gruda
Mela
Doce profanação
É coisa de profissa
Não conhece?
Nem comece

Noite de sábado
Coisa de iniciado
Sempre dá resultado
Domingo engolindo
Engov, engulho, orgulho
Sem barulho!
Vai começar a semana

High Kais

É puro credo
No distante instante
Ido ou vindo

terça-feira, 26 de junho de 2012

Toque de alvorada

Perdidos em ruas
Guerreiros modernos
Faca entre dentes
Contentes
Confiantes
Na sorte
Até a morte a desafiá-la
A conquistá-la
Com passo duro
Sem temer o tiro no escuro
Hay que tener cojones

domingo, 24 de junho de 2012

Torrente

Toda pessoa é 70% água
Que pode estar limpa
Cristalina
Pode turvar, estar suja
Pode estar rasa, uma poça
Pode estar um oceano de profundidade

Água muda
Chove, corre, evapora
Todos somos ciclos
Temos que fluir
Mal é estacionar
Conformar
Resignar
Em ser água parada
Dengue pura
Moléstia

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Frenéticas asas

Inspiração de bardo
É beija-flor
Olha!
Captura na mente!
Foi...

...e vai
Ficar a estória
Doce memória
Pensar em mel
Em cordel

Ao vento

Porque ser balão cansa
Não cansa o voar
O delicioso ato de olhar o horizonte
De cima
Isso afaga a auto-estima
Cansam, sim
As voltas sem fim
Às vezes
Só se quer ser pipa

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Cisma de sismo

Lição de vida
Vem sem professor
É não-verbal
Cria-se fibra
Quando o chão vibra

Vácuo

Tem vazio que faz volume
Tem volume que não preenche
No eco do silêncio
Incomoda o grito
Mudo
Que nunca muda
Clausura desnuda
Despudorada
Desvirtuada
Desamparada

Vitrine viva

A incompletude
Insatisfação do ser
Constante
A todo instante
Revoltante
Ao que sente o ronco
Vendo reclamar
O que segue a arrotar

Colher de prata
Melada
Afetada
Cheia de nada
Sem tudo

Exoesqueleto

Paciência
Sapiência
Consciência
Resiliência
Rija couraça
Do boa-praça
Em desgraça

terça-feira, 19 de junho de 2012

Espiritualidade
Encerrada em simplismo
Cada um tem o que merece
E que perece
Cada um carrega a cruz que consegue
O que te persegue

Espiritualidade
Encerrada em sadismo
Paz, não traz
Que se faz?
Tanto faz

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Círculo

Falta dói
Mas não mata
Agride
Mas gera reação

Beleza aceita
De estupidez inebriante
O que sufoca
É a repetição

All In

O tempo não parou
O jogo embaralhou
Placar zerou
Ou negativou?
O crupiê dá de ombros
Mesa cheia
Que comece a peleia

domingo, 17 de junho de 2012

High Kais

Já foi falado
E tão bem dividido
Um dia volta

Paleta

Vê-se cinza
Horizonte ranzinza
Golpe no flanco
Tudo branco
Que venha o azul
Ao leste ou ao sul
Guardarei o pincel
Até que volte a inspiração
Que pule o coração
Até que haja
Simplesmente haja
Algum contorno
Prenúncio de retorno

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Variedade

Para tudo há medida
Dose
Adoce, mas não muito
Azedo faz parte
Amargo também traz arte
Salgado, sagrado
Eis o segredo
Saboreie a vida
Sem medo

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Soslaio

Sagrada
Minha contemplação
Tu lá, eu cá
Coisa do olhar
De olhar
Para a lua
Um dia eu piso
Prezo esse juízo

Cruzeiro do Sul

"Dizei uma só palavra..."
Ou pense, ou sinta
"...e serei salvo"
Tiro ao alvo
Alva, branca, paz
Que me traz
Enveredar pelas letras
Teus versos
Teus caminhos
Sem data, mas com rumo
Doce prumo
Para onde hei de retornar

segunda-feira, 11 de junho de 2012

High Kais

Impaciência
Puro afã de caber
Ou de transbordar

High Kais

Eu me permito
O rito, o intento
Eu acredito

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Espreita

Amor
Coisa selvagem
Em chamas
Se muito chamas
Foge
É bicho arisco
Envolve risco
Riso
Destrói juízo