quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sutis sussurros

Briguei com o céu
mas as estrelas perdoaram
Na limpa noite
e em silêncio me contaram:
“Estamos estáticas
mas nunca nos pararam”
Ligando-se feito pontos
curiosas coisas rabiscaram
Nada muito claro
mas a mensagem bem passaram
É na escuridão profunda
que as grandes luzes se criaram

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Reflexo difuso

A mão passa
e não desembaça
Imagem estranha
d'alma que se acanha
Rumos acelerados
por fatos não esperados
Estrada pavimentada
vira trilha acidentada
E o alerta vermelho
persiste no espelho
Ainda que o perene reflexo
em si não encerre nexo

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mil voltas

Dia sucede dia
e muito fato a processar
Sabes que boa biografia
tem enredo não-linear

Vive agora
e revive muito à frente
Aprende na hora
e logo tudo se desmente

Trilha-se caminhos tortos
Vence-se pesadas agruras
Mas toda luta guarda glória

Pode ser álbum de fotos
ou cavalete cheio de gravuras
São retratos da tua história

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Leve bem leve

Olha o macro
Belisca um naco
que não seja micro
E molha o bico

Mantém o foco
Não dá troco
nem passa recibo
Acha tua tribo

Cria teu rumo
Cuida do aprumo
e abstrai do problema
Esse é o esquema

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

High Kais

Vês como fardo
Melhor criar um fado
Não há pecado

domingo, 20 de janeiro de 2013

High Kais

Aponta dedo
Só agrada o ego
Vive no medo

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Revirada

Aquela parada
daquela pegada
Que é uma paulada
Bela presepada
Deu uma pirada
Bateu em retirada
Ficou marcada
mas não dá nada
Vem mais estrada

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ousadia

Lembra um pouco
as Páscoas da infância
Você enxerga as pegadas
Alguém com carinho
demarcou o caminho

Mas bate o medo
Era o que eu queria encontrar?
Não tem segredo
Será que tem só como olhar
ou tem que mergulhar?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Idílio

Não dá para simplificar
Apenas na trindade
O lugar, a hora
e a entidade

Ainda que cada parte
veja-se correta
Pode ter algo em volta
Que desgraça acarreta

Corpos entrelaçados
envoltos no momento
Ingênuos e enfeitiçados

Parece que converge
Quando menos espera
Perece e submerge

sábado, 5 de janeiro de 2013

Transparência

É urgência
e efervescência
Haja paciência
Sapiência
e ciência
Foi-se a inocência
Jamais a decência
Saldou-se a consequência
Sobrou experiência
Que venha a excelência

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Evadindo

Abre teu olho
Porto seguro
vira zona de conforto
E aí tu cai de maduro

Essa segurança que abraça
É sereia que canta
mas que também afoga
Já deu, te levanta!

Pula da janela
Derruba o muro
E não dá trela

Vê e ouve muito bem
e acima de tudo te deixa sentir
À leveza tudo vem

Exílio

Entrei no labirinto de você
que deu no labirinto de mim
que deu no labirinto de tudo
e tinha saída

Para o vazio
que estava cheio de tanto
E tudo sobrou
E tudo encheu
e foi mais que suficiente

Tinha saída
mas não tinha outra entrada
Fico no vácuo, então
Olhando de fora
digerindo essa demora